sábado, 30 de março de 2013

FACEBOOK NÃO É O LUGAR DE CRIANÇA!


8 motivos pelos quais o Facebook não é boa ideia para crianças

Por Felipe Pessoa em 26 março, 2012
O Brasil tem a maior taxa de crescimento no Facebook, com uma média de 10% a mais de novos usuários ao mês. Isso seria algo em torno de 20 milhões de pessoas que entram na rede social mais popular do planeta a cada 30 dias. Além do sucesso no Brasil, o Facebook já é um fenômeno mundial e, como quase qualquer tipo de moda, tem os seus problemas...
Por exemplo, o que dizer em caso de uma criança querer abrir sua própria conta no Facebook? Qual é a idade mínima recomendada? Adolescentes e crianças devem ser tratados igualmente? Enfim, são muitas perguntas e o OnSoftware selecionou oito razões para mostrar a você que o Facebook não é adequado para crianças. Confira:

1. Termos de Uso

Pouca gente sabe, mas os Termos de Uso do Facebook recomendam uma idade mínima para se usar a rede social:13 anos. Parece muito, pouco, adequado? Não existe um consenso na internet sobre tal questão. Entretanto, é sempre bom levar em consideração o tipo de conteúdo que pode ser acessado por uma criança.
É impossível tentar criar uma conta no Facebook e usar uma idade que seja inferior aos 13 anos: uma mensagem é exibida dizendo que a ação não pode ser processada. Se uma criança mentir a idade e cometer algum tipo de delito digital, as consequências podem ser gravíssimas, inclusive para os pais.

2. Encontros indesejáveis

Pode parecer um chavão, mas é fato: o Facebook confirma a Teoria dos Seis Graus de Separação. Em resumo, tal teoria declara que, ao redor do mundo, são necessários um máximo de seis laços de amizade para que duas pessoas estejam ligadas.
No Facebook, é possível ver a ação de amigos, de amigos de amigos, de amigos de amigos de amigos e, finalmente, de desconhecidos. Agora, lembra do velho conselho que a sua mãe repetia sem parar? "Nunca fale com estranhos!".
- Por que deixar que seus filhos falem com estranhos na internet?
- Será que as crianças sabem dizer "não" em redes sociais?
- Você gostaria que estranhos soubessem tudo o que os seus filhos fazem no Facebook e fora dele?
Reflita sobre isso.

3. Conteúdo Inapropriado

Diferentemente de buscadores e outras páginas de conteúdo, o Facebook não dispõe de ferramentas de controle parental. Portanto, é um território propício para que as crianças encontrem praticamente o que quiserem, seja porque realmente estão buscando ou por acaso.
Além das atividades de pessoas estranhas, pode-se encontrar facilmente páginas de fãs ou grupos semitas, violentos, sexuais, torcidas organizadas e etc. Os resultados podem ser perigosos para a formação da criança.

4. Gramática e ortografia: para quê?

Triste mas verdadeiro: a geração do SMS, das redes sociais e demais tribos cibernéticas têm uma linguagem praticamente própria. Só que tal linguagem é inimiga mortal da boa escrita e leitura. E, acredite, dá desespero ver como a molecada escreve hoje em dia... Sem dizer, claro, que os mestres da literatura cometeriam suicídio em massa se vivessem em nosso tempo.
Tanto a gramática como a ortografia são absolutamente massacradas no Facebook. Tais faltas irão parar nas provas do colégio, no vestibular, na universidade, no trabalho... Enfim: incentive a leitura em detrimento ao Facebook e suas crianças serão muito mais felizes - e criativas!

5. Os RHs do mundo inteiro estão no Facebook

Tá na moda escancarar a privacidade. Tanto faz se tem gente que você nunca viu na vida sabendo de assuntos estritamente pessoais: o negócio é ser popular, alegre e jamais ter problemas no Facebook. Ou, você conhece alguém que não seja 100% feliz em redes sociais?
Pois é... O problema é que isso anda tão exagerado que já existem pessoas e empresas de Recursos Humanos especializadas em vasculhar perfis de candidatos em redes sociais. E, acredite: se uma delas encontra um perfil que foi criado para uma criança, o resultado não será nada agradável...
Tais empresas já olham o histórico do Facebook de alguns candidatos em até 5 anos retroativos. E não só por conta das fotos em baladas e raves enlouquecidas ou bebedeiras monstro. Existem também as atualizações de status, as piadinhas sexistas, as fotos picantes... E não é exagero! Agora, imagine a pergunta de um entrevistador a um candidato numa entrevista de emprego: "Então, meu bom rapaz, quer dizer que você só abandonou as fraldas aos cinco anos de idade?". Que deselegante!

6. Tratamento de dados

Embora seja possível excluir completamente uma conta do Facebook e torná-la invisível, é praticamente impossível saber se estes dados estão seguros nos servidores da rede social. Recentemente, inclusive, uma notícia dava conta de que as fotos apagadas no Facebook podem ser acessadas por até três anos...
Melhor deixar isso para um adulto: uma criança não entende tais riscos e consequências - para elas, tudo isso é uma confusão enorme.

7. A vida de verdade é muito melhor

Uma criança tem coisas muito mais divertidas que fazer do que ficar no Facebook. Mesmo que seja nas grandes cidades, fechadas em seus condomínios semiabertos, brincar sempre foi muito mais divertido do que qualquer computador.
Procure centros cívicos, clubes de leitura, escoteiros mirins ou associações de bairro: lá, as crianças são muito mais felizes que no Facebook. Além disso, ficar muito tempo diante do monitor não faz bem para a vista.

8. Será que, quando adulto, seu filho vai querer ter um perfil no Facebook?

Pense na frente, no futuro e responda: qual é o principal motivo para você criar uma conta no Facebook para um bebê? Tem muita gente que já fez isso... Também tem muita gente que é "anti-facebook" - eu mesmo sou e minha filha também já começa a ser...
Um erro dos pais é decidir pelos filhos, acreditar que eles sabem o que é melhor para eles. Papo-furado: cada pessoa é diferente, inclusive os filhos. É muita pretensão da sua parte, pai ou mãe, acreditar que você vai decidir o que é bom para o rebentos. Então, cabe a eles escolher se querem ou não ter uma conta no Facebook.
Você concorda com estes pontos? Conhece outras razões? Compartilhe a sua opinião com a gente!
[Inspirado no OnSoftware FR]

segunda-feira, 25 de março de 2013

Segredos da aprendizagem da leitura

Seu aluno enfrenta problemas para aprender a ler? Ele conhece as letras do alfabeto? Sabe qual é o P, qual é o A, qual é o T e qual é o O, mas, quando você tenta levá-lo a juntar as letras para formar sílabas ou ao juntar sílabas para formar palavras, ele fica confuso e responde qualquer coisa que lhe vem à mente, menos PA - TO?
Ele não é a única criança que sofre dessa dificuldade. Sabemos que existem muitos fatores que podem levar um aluno a não conseguir juntar as letras ou sílabas, mas vamos nos demorar um pouco na importância das aquisições perceptivas, linguísticas e cognitivas necessárias para que ele chegue ao ponto da leitura bem-sucedida.

Aquisições visuais


Vítor da Fonseca, em seu livro Introdução às dificuldades de aprendizagem (Porto Alegre: Artmed, p. 174), afirma que “dentro dos fatores psiconeurológicos mais negligenciados no estudo das DA (Dificuldades de Aprendizagem), emergem as disfunções no processamento da informação auditiva e visual e na integração auditivovisual e visuoauditiva.” (grifo nosso)

No mesmo livro, na página 181, Fonseca aponta para a posição de Marianne Frostig, que afirma que, para a criança chegar ao nível da leitura, sua visão precisará ter estruturado uma hierarquia sensorial iniciada na primeira infância, atingindo os seguintes componentes:

(Imagem: )










 
Portanto, caso haja qualquer disfunção em algum desses componentes, a habilidade da criança para a leitura ficará comprometida.

Quando a criança começa a ler, “realiza cerca de 240 fixações oculares na leitura de um texto de 100 palavras. Mais tarde, quando a leitura é já automatizada, as fixações baixam para 80 (leitor de liceu)” (Ibid, p. 182). O autor continua dizendo que no início da leitura ela consegue compreender cerca de 75 palavras por minuto - no liceu, 298 por minuto. “As pré-aptidões em nível visual e em nível auditivo são fundamentais, daí o papel de privilegiá-las em programas e currículos escolares hierarquizados.” (Ibid, p. 182)

Aquisições auditivas 


Em 1979, Fonseca desenvolveu o diagnóstico das aquisições perceptivoauditivas (Dapa), que serve para identificar essas aquisições e detectar possíveis problemas na percepção auditiva. 

“As perturbações na percepção auditiva são frequentes nas crianças em idade escolar, independentemente da sua normal audição, das suas avaliações audiométricas normais e da sua conversação normal. Não basta uma audição normal em termos de aprendizagem e de evolução escolar adequada, convém atender ao processo de informação sensorial em todos os seus aspectos receptivos, integrativos e expressivos.” Idem, p. 188, 189. 

A seguir apresentamos o Diagnóstico das Aquisições Perceptivoauditivas (Dapa) conforme apresentado no livro já citado, nas páginas 188 a 192. O livro foi editado em português de Portugal; portanto, algumas palavras soam um pouco diferentes, mas o sentido é perfeitamente compreensível.

Diagnóstico das aquisições perceptivoauditivas (Dapa) 

Processo auditivo

“A identificação das áreas fortes e fracas, no processo da linguagem falada, pode prever a utilização de estratégias educacionais compatíveis e ajustadas às necessidades educacionais das crianças” (Ibid, p. 189). Vitor da Fonseca continua explicando que seu diagnóstico permite ao professor formular um planejamento capaz de perceber crianças com necessidade de uma “análise mais rigorosa das suas aquisições perceptivoauditivas” (Ibid, p. 189). Ele continua dizendo que esse diagnóstico pode ser aplicado a crianças a partir da pré-escola.
 
Aquisições linguísticas e cognitivas

Fonseca mostra a necessidade de o professor compreender o que é o processo da leitura. Como numa sentença matemática, ele sugere:

LEITURA = símbolo visual + símbolo auditivo + significado
    
“A complexidade da leitura é o resultado da combinação de inúmeras aptidões que traduzem a hierarquia do desenvolvimento da linguagem. [...] Para aprender a ler a criança necessita de descodificar as letras impressas utilizando um processo cognitivo que permite traduzi-las em termos de linguagem falada e em termos de significação linguística” (Ibid, p. 345).

À página 176, Fonseca apresenta esta lista de aquisições que o cérebro reclama para que o sujeito seja capaz de ler:

  • Controle postural e da atenção;
  • Seguimento de orientações e direções visuoespaciais (de cima para baixo em termos de linhas horizontais e da esquerda para a direita em termos de descodificação e sequencialização de letras e palavras;
  • Memória auditiva;
  • Sequencialização e ordenação fonética;
  • Aquisições para descodificar palavras (word attack skills - “ataque” de palavras);
  • Análise estrutural da linguagem;
  • Síntese lógica e interpretação da linguagem;
  • Desenvolvimento do vocabulário;
  • Expansão e generalização léxica;
  • Aquisições de escrutínio e de referenciação léxicossintática.

Isso não acontece da noite para o dia. Requer “um longo tempo de aprendizagem e de automatização” (Ibid, p. 176). 

À página 202 do mesmo livro, Fonseca apresenta um modelo em cascata da hierarquia da linguagem, da autoria de Myklebust, que reproduzimos abaixo. Com isso, finalizamos nosso estudo, na esperança de ter contribuído para o leitor compreender melhor os “segredos” por trás da aprendizagem da leitura. 



FONTE:http://www.educacaoadventista.org.br

(Imagem: )